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OBRAS IMPORTANTES DE GUIGNARD EM DESTAQUE
COM A ANÁLISE DO PROFESSOR PIERRE SANTOS
Mariana, 1950, 003-50, osm, 50 X 60 cm.
Temos aqui um trabalho que, à primeira vista, nos parece completo e convincente em seus elementos formativos. Entretanto, embora o resultado final seja agradável à visão, a impressão deixada é a de que o pintor tinha um tempo muito curto para pintá-lo e, depois de certa altura, teve que se apressar, descuidando de alguns detalhes. Empregou um prazo tão grande na feitura do casario, por exemplo, que, quando foi tratar das outras partes da pintura, o tempo já estava curto demais. Assim, por ter que se apressar, acabou sem floreios a montanha, que resultou meio tosca. Todavia, fez com mais atenção as oito palmeiras da parte intermediária, que estão nítidas e completas, mas na hora de fazer os arbustos de primeiro plano, manchou com pincel mais grosso as copas, deixando-as bastante indefinidas. Criou-se aí o contraste: o que está mais atrás – as palmeiras – tem nitidez e o que ficou bem na frente resultou difuso e sem clareza, o que é um contra senso. Também a igreja ali no alto, à nossa direita, está ao mesmo tempo de lado e de frente, tendo o corpo e a sacristia transversais ao observador e a fachada e suas torres frontais ao mesmo, o que resultou em outro contra senso. Talvez haja outras estranhezas, mas não vêm ao caso, porque, com tudo isso, a pintura em si mesma é agradável e se impõe.
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